Viemos através deste blog contar a vocês o que conhecemos sobre história do rock em Francisco Beltrão, contar as novidades e o que irá rolar na COMUFRANBEL ROCK CITY, começamos com histórias iniciais do rock do sudoeste do Paraná... começando pelo começo claro ,,, (plaquinha de risadas) (- mas foi sem graça) ( e daí , ninguém pediu apenas RIA)
Rock Bel, anos 70
Não se têm registros muito precisos, pois o rock, no Sudoeste do Paraná, na década de 70 e 80 era considerado, no máximo, um hobbie, se não uma fase que os pais torciam para passar logo. Associado ao sexo e às drogas, o rock sofria muito preconceito.
Medusa e The Bear - O rock beltronense iniciou talvez com uma banda chamada Medusa, cuja alguns componentes ainda moram em Pato Branco. “Parece que a banda acabou porque a polícia chegou numa festa e a banda estava participando de uma orgia. Tinha muita gente pelada e drogada. Essas informações não são muito precisas, pois já faz mais de 30 anos e as pessoas inventavam muito quando o assunto era rock. Tinha muito preconceito, então as bandas tinham que tocar de tudo, porque assim passavam a ser conhecidas como banda de baile. Mais tarde minha banda, chamada The Bear agitava os bailes em Nova Concórdia tocando Credence e a turma ia ao delírio”, relembra Zé Ramos.
Rock Bel, anos 80
O cenário do rock brasileiro era propício somente no Rio, São Paulo e Brasília. No interior, ainda hoje, pouca coisa mudou e na década de 80 as informações chegavam muito atrasadas, portanto as bandas dessa época sofriam de várias formas: primeiro por causa do preconceito, segundo pela dificuldade de se gravar um LP (custava cerca de 40 mil reais apenas mil cópias, fora as despesas para se manter em outra cidade, pois no Paraná só existia uma ou duas gravadoras). Os instrumentos além de serem caríssimos era algo raro por essas bandas, até um simples disco era difícil de encontrar, só existia na HM, Polydiscos e na Discorama, a qual existe até hoje. E terceiro pela falta de espaço, pois as oportunidades eram somente nos festivais ou festas particulares. Era difícil os bares onde uma banda regional tocasse (talvez na Varanda). Mesmo assim algumas bandas se destacaram:
Cano de Escape – Foi a primeira banda da geração Coca-cola, ou seja, que só tocava rock. “Começamos em 1984 (Diomar Martini - o “Nick” (guitarra e voz), Paulo – “Banana” (bateria), Miguel Perondi (guitarra), Moacir e Hamilton – “Até logo” (baixo). Colocamos um captador no violão e a palheta era um pedaço de pote de ximia, compramos um amplificador via correspondência e a bateria era improvisada com cesta de vime e cabo de vassoura. Tocávamos no porão da casa dos meus pais e depois conseguimos um espaço no antigo teatro municipal (atual Ed. Real Center)”, explica Banana. Depois entrou o Jair e logo em seguida a banda acabou.
Situação Crítica: Foi precursora da Cano de Escape, com Jair (guitarra e voz), Maguila (bateria), Osnir (baixo) e Nick (guitarra e voz). “Minha guitarra fui eu mesmo quem fiz, e na Expobel de 1986 a banda Metrópole até elogiou. Nos apresentamos até em Cascavel, num festival de rock promovido pelo Joarez Store, da Tarobá”, relembra Jair .
Tumor Puss: Com Alemão na voz e guitarra, Carlão no baixo e Jota na Batera, o Tumor Puss fazia parte de um grupo descolado de amigos que resolveram tocar as composições do Eliacir Henrique Romanini, o Caxuxo – “Um dia desses, de manhã bem cedo, enrolei meus sonhos numa seda macia, me baseei nos fatos que aconteciam... Essas eram as músicas do Tumor. Foi uma época inconseqüente, mas não me arrependo. Tumor Puss é passado, hoje tenho um estilo totalmente eclético nas minhas composições, devido aos jingles que faço para as empresas e toda a experiência musical que adquiri durante os anos. Agradeço ao meu falecido pai que me deixou um violão, uma caixa de som, alguns discos e um forte apreço pela música”, emociona-se Alemão.
Escória – Jair (guitarra e voz), Maguila (bateria), Roger Marcelo (guitarras), Cézar Flessak (Teclado), Jaime (vocal) e Fábio no baixo. “Essa foi uma das melhores bandas da região, tínhamos até um técnico de som, o Luiz e começamos a ter uma lado mais profissional, com contratos, fazendo aberturas de grandes shows, inclusive na Expobel”, diz Carlos (Maguila).
Reba Z9 – A banda iniciou em 1987 como a precursora do punk no Sudoeste. Desde o início os integrantes (primeira formação) Bira (bateria), Fábio Meoti (guitarra e voz) e Cezar Aguero (baixo) optaram pelas composições próprias no repertório, que incluía, dentre outras, Rosa Purpurina, que tocou em primeiro lugar nas rádios durante vários meses. Apesar de Rosa Purpurina completar 20 anos continua na voz e nas rodas de violão das novas gerações. “Depois de assistir o Rock in Rio nunca mais fui o mesmo. Voltei obcecado para formar uma banda a ponto de nós mesmos montarmos os próprios instrumentos. A primeira vez que vi uma guitarra na loja me decepcionei quando soube que precisava de caixa de som, cabo e pedal para fazê-la funcionar. A bateria era composta de gaiola de passarinho, placa de sinalização e caixas de tomate. Tive apenas três aulas de violão na Igreja Irmãos Menonita e me ensinavam só sertaneja”, completa Bira.
Domínio Insano- 1987/1993
Domínio Insano – Celso Saccol (guitarra), Paulo “Banana” (guitarra), David (baterista), Chico Fagundes (1.º baixista), Renato Tesser (2.º baixista) e Ader Indelével (vocal). Esta banda foi a precursora do Heavy Metal no Sudoeste Paranaense. Seu setlist musical era composto apenas por musicas próprias. Somente em 1993 em seu último show na Expobel, vieram a tocar 3 covers, Sabbath bloody sabbath; Paranoi d e Breaking the Law, músicas do Black Sabbath e Judas Priest. “Eu e o Saccol gostávamos de rock pesado e pensávamos que a gente tocava guitarra. Convidamos um loco que ia no Mário de Andrade com os discos do Iron Maiden em baixo do braço e ensinamos ele a tocar bateria, era o David, depois entrou o Ader, mas o cara era tão rebelde, que quase todas as vezes que tínhamos show ele tava preso no quartel”, conta Paulo. "...ensaiávamos no porão da casa do Paulo, que era em frente a Igreja Assembléia de Deus. Certa vez, num sábado, durante o ensaio, acredito que em virtude de nossas músicas serem meio assustadoras, apareceu um pastor da já citada igreja, buscando nos convencer que deveríamos deixar aquela vida de pecado e converter-se em cristo haushasuahsuahsuahsau", nos diz Ader.
(fonte:Jornal opinião)