30 de mai. de 2011

História do Rock Mundial, parte 4. Geração Beat.

Em fins de 1950, o rock’n’roll já se apresentava como um produto inserido no sistema cultural. A postura de diversos setores da sociedade havia mudado em relação ao rock: se antes ele era maldito, condenado pelos setores mais conservadores, agora já fazia parte dos valores da sociedade em geral. Nessa época, o gênero sofreu um “esvaziamento”, provocado pela intensa comercialização dos discos de rock’n’roll e a divulgação de ritmos dançantes. 
Essa ´comercialização´, esse abrandamento do fogo do rock, repercute entre os próprios artistas negros quando à prosperidade da Era de Eisenhower promove o aparecimento de uma classe média negra que se pretende ´respeitável´ e psicologicamente embranquecida. 
Ao mesmo tempo em que o rock’n’roll se expandia, alguns músicos negros passaram a criar um tipo de música mais suave, até mesmo religiosa: “Era uma música sob medida para servir de pano de fundo sonoro à TV...”
Um dos presidentes dos Estados Unidos no final da década de 1950, Eisenhower foi um herói da Segunda Guerra; sob seu governo, o país era considerado o guardião da paz no mundo, apesar da entrada na Guerra do Vietnã. Esse acontecimento desencadeou muitas manifestações por parte dos jovens, que condenavam a guerra. 
Por volta de 1960, um novo personagem surge no cenário do rock, movido pelo ideal de revolução e por forte sentimento político: Bob Dylan, o “apanhador nos campos de centeio”. Como compara Muggiati (1973), Dylan é a personificação de Holden Caulfield, o garoto desajustado do livro de J. D. Salinger – personagem considerado o ponto de ruptura no modelo juvenil americano da década de 50.
...Paralelamente à música de Dylan, o movimento beatnik também movimentava a América, inclusive influenciando na composição das músicas e na postura dos jovens da época. A expressão beat, segundo Mugiatti, poderia representar “batida”, “ritmo” ou também “derrotado”, “cansado”, enquanto que nik relacionava-se a “esquerdismo”, “rebelião”. Jack Kerouac e Allen Ginsberg foram importantes representantes da estética beat.

A música de Dylan se encaixa em um novo “modelo” de rock que surgia no começo da década de 60: a canção de protesto. Junto com Joan Baez, uma cantora de ascendência mexicana, Dylan se tornou o porta-voz da juventude pela liberdade, contra a guerra do Vietnã e o preconceito racial. Em 1963, os dois estavam na Marcha dos Direitos Civis sobre Washington, ao lado do líder negro Martin Luther King.
A música de Dylan e Baez era a chamada folk song. Ao som de violão, voz e gaita, eles se preocupavam com a poesia das letras; o importante, nesse caso, era a mensagem a ser transmitida. Uma das canções de Dylan de maior sucesso foi Blowin’ in the Wind; ele também publicou um livro de poemas, intitulado Tarantula, em 1966. Joan Baez teve uma de suas canções, Diamonds and Rust, regravada anos mais tarde por uma banda de heavy metal, Judas Priest.
No entanto, a influência de Bob Dylan (vaiado no Festival de Newport por se apresentar ao som de guitarra elétrica) e Joan Baez foi se dissolvendo a partir de 1965, como explica Chacon (1985):
...parece ter sido o ano da virada. O burburinho que vinha se formando no início da década, seja no sentido Rock, seja num sentido mais amplo, tomou contornos rápidos a partir daquele ano e tornou São Francisco a nova capital do mundo juvenil.

26 de mai. de 2011

Bandas participantes da Comufranbel deste ano-1ª parte

Apartir de agora, até a semana que antecederá a 2ª Comufranbel Rock City, publicaremos o histórico das bandas que participarão do nosso evento em julho, bem como seus videos, fotos e suas músicas.
Começaremos pela banda Patobranquense, ELLEVAN, sendo esta, a primeira à dispor-se.

Leonardo Zatta -Vocal, Guitarra
Robson Buzzelo - Baixo
Julio Souza – Guitarra
Ernesto Gomes – Bateria


O Elemento ELLEVAN

Inspirada no rock dos anos 80 e 90, o Ellevan foi criado em outubro de 2004 por Leonardo Zatta. Suas músicas, temperadas de rock e vários outros subgêneros adicionados com muito condimento da música moderna e até mesmo misturando elementos experimentais, vêm conquistando espaço no cenário musical nacional e internacional. Suas melodias são retratos da alma, sustentadas por uma base crua de guitarras, deitadas em uma suave cama de violões e cordas, levadas pelo pulso forte de baixo e bateria.
            O ELLEVAN não é mais apenas uma promessa do rock, é um fato. A legião de fãs vem aumentando a cada dia. Porque para o ELLEVAN, a música quando feita com a alma, qualquer barreira é derrubada e qualquer fronteira é atravessada, independente de estilo musical ou idioma.

"Ellevan: lembra elevação, elevar, bom astral, bem estar, energia positiva".



O Show


            A apresentação do Ellevan não é apenas um show de rock, mas também uma explosão de emoções. Uma troca de energia recíproca entre o público e banda. Uma apresentação carismática, cheia de surpresas. Clássicos do passado, presente, e alguns que ainda estão por vir. De Queen a Guns n’ roses, de Bon Jovi a Ellevan.
           
Curiosidades

No dia 17 de dezembro de 2007 o site whiplash divulgou a seguinte matéria “Ellevan: músicas confundidas com material do Bon Jovi”, confira:
A banda brasileira ELLEVAN teve suas músicas vendidas na Internet como se fossem as musicas ineditas ainda “demo” do grupo norte americano BON JOVI.
            O boato se espalhou rapidamente, e começou quando algum engraçadinho em um site de debate da internet na Espanha, publicou que teria a demo de uma música do BON JOVI que estaría no próximo álbum de estúdio, que ainda por cima teria o mesmo título da canção ("All That I Want") e em seguida, sites da França, República Tcheca, Itália, e Estados Unidos anunciaram o mesmo.
            Logo, milhares de pessoas no mundo inteiro fizeram o download da tão esperada nova música, e obviamente foram criados fóruns para debater a tal canção.
            Daí um site do BON JOVI na Espanha (www.crushmagazine.es) descobriu que, na verdade, a música era de um gupo brasileiro chamado ELLEVAN, e conduziu uma entrevista com o vocalista da banda brasileira para melhor esclarecer sobre o fato.




Mais informações:

http://www.youtube.com/watch?v=599njqKNZ0U
http://www.youtube.com/watch?v=I_Rrel2b5zM&feature=related

As músicas do primeiro video e do terceiro, são próprias.

19 de mai. de 2011

História do Rock Mundial, parte 3, O Pai do Rock!

Berry foi influenciado por Nat King Cole, Louis Jordan e Muddy Waters, que acabaria o apresentando a Leonard Chess, da gravadora Chess. Enquanto ainda existem controvérsias sobre quem lançou o primeiro disco de rock, as primeiras gravações de Chuck Berry, como "Maybellene", de 1955, sintetizavam totalmente o formato rock and roll, combinando blues com música country e versos juvenis sobre garotas e carros, com dicção impecável e diferentes solos de guitarra. A maioria de suas gravações mais famosas foram lançadas pela Chess Records, com o pianista Johnnie Johnson, o baixista Willie Dixon e o baterista Fred Below. Juntamente com o guitarrista Berry, eles se tornaram o sumário de uma banda de rock. Durante sua carreira ele gravaria tanto baladas românticas (como "Havana Moon") quantoblues ("Wee Wee Hours"), mas foi no recém-nascido rock que Berry ganhou sua fama. Ele gravou mais de trinta sucessos a aparecerem no Top Ten, e suas canções ganharam versões de centenas de músicos de blues, country e rock and roll. Entre seus clássicos podemos citar "Roll Over Beethoven", "Sweet Little Sixteen", "Route 66", "Memphis, Tennessee", "Johnny B. Goode" (que possui provavelmente a mais famosa introdução de guitarra da história do rock), "Nadine", entre outras. Quando jovem, Berry passou três anos em um reformatório por tentativa de assalto. Mas acusação pior viria em 1959, quando ele convidou uma índia apache de 14 anos que havia conhecido no México para trabalhar em seu clube noturno em St. Louis. A garota acabaria sendo pega pela polícia, assim como Berry, que foi acusado de entrar com uma menor nos limites do estado com propósitos sexuais. Ele foi condenado a cinco anos de prisão e multado em 5,000 dólares. Chuck foi solto em 1963, mas seus dias de glória ficaram para trás. Mesmo assim ele ainda obteve sucessos com "You never can tell" e "No particular place to go", lançada em 1964. Em 1966 ele gravou pelo selo Mercury Records uma compilação de todos os seus sucessos, utilizando técnicas mais modernas de gravação. A partir de então, Chuck Berry raramente voltaria a lançar músicas novas, preferindo capitalizar para si o sucesso que suas canções clássicas tinham junto ao público. Como exemplo de sua influência profunda, podemos lembrar das bandas inglesas dos anos 60. The Beatles, Animals, Rolling Stones, entre outros, regravaram suas músicas. Os Rolling Stones literalmente basearam seu estilo de tocar rock 'n' roll no dele. Quando Keith Richardspremiou Berry no Hall da Fama, disse: "É difícil pra mim apresentar Chuck Berry, porque eu copiei todos os acordes que ele já tocou!" Chuck viajou em turnê por muitos anos carregando apenas sua guitarra Gibson, confiante no fato de que poderia contratar uma banda que conhecia suas músicas em qualquer lugar que ele fosse. Entre os muitos artistas que serviram de apoio para Berry estiveram Bruce Springsteen e Steve Miller. Depois de tocar seus maiores sucessos durante os anos 70, inclusive lançando um álbum ao vivo que foi grande sucesso comercial (London Sessions, de 1972), Berry teve problemas legais novamente em 1979, quando foi considerado culpado de sonegação de impostos. Ele foi sentenciado a quatro meses de prisão e a cumprir 1,000 horas de trabalho comunitário fazendo shows beneficentes.
Em 1986, Keith Richards organizou para seu ídolo confesso um grande show para comemorar seus 60 anos, realizado em Saint Louis. Nele foi filmado o documentário "Hail!Hail!Rock 'n' Roll", no qual Chuck Berry, acompanhado de Etta JamesJulian LennonRobert CrayEric Clapton, entre outros convidados, celebrava sua carreira. Foi o seu último grande momento artístico na mídia, embora tenha continuado nos anos seguintes a fazer turnês. Chuck Berry teve seis de suas músicas incluidas na Lista das 500 melhores canções de sempre da Revista Rolling Stone, sendo "Johnny B. Goode" a sétima da lista. Com relação à sua música mais famosa, "Johnny B. Goode", há, ainda, a curiosidade de ser um dos sons humanos levados pelas naves Voyager 1 e 2para o espaço, caso haja contato com seres extraterrestres. Em junho de 2008, Chuck Berry realizou shows nas cidades de Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba e Porto Alegre, e em agosto de 2009 em São Paulo, Porto Alegre, Belo Horizonte e Fortaleza.


História do Rock Mundial. parte 2, O Rei do Rock!

Elvis Aaron Presley nasceu em 8 de janeiro de 1935, em Tupelo, Mississipi, em um casebre de dois cômodos. Seu irmão gêmeo, Jesse Garon, morreu ao nascer. Talvez levada pelo sentimento dessa perda, a mãe de Elvis, Gladys, idolatrava o filho.
Desde criança, Elvis interessava-se pela música; aos oito anos ganhou da mãe sua primeira guitarra. Ele ia com seus pais à igreja freqüentemente e adorava música gospel, o que o fez entrar para um coral. Além da música que ouvia na igreja, Elvis tornou-se um ouvinte assíduo de rádios que tocavam blues e r&b(rhythm and blues).
Em 1948, Elvis mudou-se com a família para Memphis, onde seu pai arranjou um emprego de caminhoneiro. Como não se preocupava muito com os estudos, Elvis contentava-se em garantir o mesmo emprego de seu pai, mas continuava a interessar-se por música. 
No último ano escolar, o até então tímido Elvis Presley começou a chamar atenção. Ele levava o violão para a escola (chegou a ganhar um concurso de talentos) e adotou um estilo de cabelo diferente, mais comprido, além de usar roupas vistosas e multicoloridas. Foi quando conseguiu um emprego como chofer que percebeu a chance para uma reviravolta na sua vida:
Naquele verão, em seu novo emprego (...) para uma companhia de eletricidade, Elvis estacionou durante a hora do almoço diante do número 706 da Union Avenue, em Memphis. Pagou quatro dólares e saiu com o único exemplar do primeiro disco de Elvis Presley, um acetato de dez polegadas com uma canção em cada lado.” 
Este primeiro disco que gravou pela Sun Records não impressionou o dono da gravadora, Sam Phillips. Mas quando ele juntou-se ao guitarrista Scotty Moore e ao baixista Bill Black, uma brincadeira de estúdio chamou a atenção de Phillips, que os mandou continuar com a gravação. Essa brincadeira era a música That’s all Right (Mama), do bluesman negro Arthur “Big Boy” Crudup e virou o primeiro sucesso comercial de Elvis Presley. A partir daí iniciaram turnê pelos Estados Unidos.
...A gravação de That’s all Righ (Mama) representou a “síntese da música blues e country que deu origem ao chamado ‘rockabilly’ (...) uma criação de Elvis Presley, que combinou o estilo vocal rouco e emocionado e a ênfase no ‘feeling’ rítmico do blues...” (Friedlander, 2002, p. 70) O guitarrista Scotty Moore também contribuiu para esse estilo, ao misturar o estilo country de tocar com a nota sustentada do blues.

O sucesso do rock’n’roll fez com que as grandes gravadoras procurassem novos artistas. A RCA, percebendo o efeito de Elvis nas platéias, pagou à Sun 35 mil dólares pelo último ano de seu contrato. Assim, Elvis Presley caiu nas mãos do “coronel” Tom Parker.
Como aponta Friedlander (2002), Elvis não era o mais talentoso instrumentista ou compositor, mas ele teve “o momento” e “a equipe”, o que fez toda a diferença. A brilhante capacidade de Tom Parker para divulgação e gerenciamento da carreira de Elvis foi essencial para sua transformação em “Rei do Rock”.
Assim, seguiram-se centenas de discos, dezenas de filmes e longas turnês, embalados pela histeria das fãs que não resistiam à sensualidade de Elvis. Em 1956, ele gravou Heartbreak Hotel e I Want You, I Need You, I Love You. As duas músicas conquistaram o primeiro lugar das paradas de sucesso, sendo que no final deste ano, o domínio era literalmente seu. Don’t Be Cruel e Hound Dog formavam um compacto duplo que chegou ao primeiro lugar. Entretanto, gradativamente Elvis ia perdendo sua vida própria, sendo cada vez mais manipulado para fins comerciais. 
No final dos anos 50, Elvis alistou-se no exército, quando teve seu cabelo – “um dos símbolos da masculinidade roqueira’ – cortado. “Impulsionado pela imagem de Elvis, ‘o patriota’, sua fama (...) aumentou, inclusive entre os adultos”.
...Durante o período em que se alistou, Elvis perdeu a mãe, fato que muitos consideram nunca ter sido superado por ele. No início dos anos 60, enquanto o rock’n’roll seguia seu curso, Elvis resolveu gravar “baladas água com açúcar”, como It’s Now ou Never e Are You Lonesome Tonight?. Nesta época, ele não dominava mais as paradas, deixando até mesmo de apresentar-se em público e perdendo a postura de “roqueiro rebelde”.

Em 1968, Elvis volta aos palcos, mas estava exausto. A partir de 1970, seu comportamento autodestrutivo começou a preocupar alguns de seus amigos. Elvis havia engordado bastante (tinha que fazer dietas para apresentar-se em público) e estava usando tantas drogas, que chegou ao ponto de não conseguir levantar da cama em certos dias. O depoimento de um amigo constata que “seu corpo não funcionava mais como o de um ser humano normal. (...) Ele era uma farmácia ambulante”.
Essa fase também representou o isolamento de Elvis, que vivia fechado em sua mansão em Graceland. Em 16 de agosto de 1977, seu organismo esgotou-se, e ele morreu no banheiro de sua mansão, com pelo menos dez tipos de drogas circulando pelo seu corpo. 
Até o final de sua carreira, Elvis Presley emplacou 107 canções de sucesso, o que representa um recorde – os Beatles ocupam o segundo lugar com a marca de 48 canções. Até hoje considerado por muitos o “Rei do Rock”, a importância de Elvis reside no fato de foi ele quem solidificou o rock como um estilo de música popular. Para a juventude de sua época, foi o representante da rebeldia, sexualidade e vitalidade.


História do Rock Mundial, parte 1, Como tudo começou.

Como não poderia deixar de ser, a história do rock começa com um grito: o grito do negro, que veio para a América como escravo e influenciou a sociedade norte-americana com a sua musicalidade. Em fins de 1950, nos Estados Unidos, a chamada “geração silenciosa”, marcada pelo fim da Segunda Guerra Mundial, viu-se frente a um ritmo até então desconhecido, derivado da sonoridade de um povo marginalizado. 
O primeiro grito negro cortou os céus americanos como uma espécie de sonar, talvez a única maneira de fazer o reconhecimento do ambiente novo e hostil que o cercava. À medida que o escravo afundava na cultura local - representada, no plano musical, pela tradição européia – o grito ia se alterando, assumia novas formas. 
Antes de definir o rock, é preciso considerar o nascimento do blues - resultado da fusão entre a música negra e a européia. Este ritmo se encontra nas raízes musicais dos primeiros artistas de rock e sua denominação decorre da palavra “blues”, que em língua inglesa também significa “triste”, “melancólico”. Assim, essa nova música “doce-amarga” se transformou na principal base para a revolução sonora da década de 50. 
No entanto, é preciso enfatizar que, além do grito negro e das notas melancólicas do blues, a dança e, principalmente o som das guitarras elétricas, foram fatores essenciais para a caracterização do rock. Neste ponto é que se encontra uma variação do blues: o rhythm and blues.
O ‘rhythm and blues’ é a vertente negra do Rock. É ali que vamos buscar quase que exclusivamente (e só digo quase por espírito científico), as origens corpóreas do Rock. Reprimidos pela sociedade ‘wasp (White, anglo-saxon and protestant)’, a mão-de-obra negra, desde os tempos da escravidão, se refugiava na música (os blues) e na dança para dar vazão, pelo corpo, ao protesto que as vias convencionais não permitiam. 
...
Caracterizado como uma versão mais agressiva do blues, o rhythm and blues se formou a partir da necessidade dos cantores em se fazer ouvir nos bares em que tocavam, já que os sons dos instrumentos elétricos exigiam um canto mais gritado.Ainda assim, para a consolidação da primeira forma do rock - o rock n’roll - houve também a fusão com a música branca, a chamada country and western (música rural dos EUA). Chacon (1985) compara esse gênero ao blues, na medida em que representava o sofrimento dos pequenos camponeses, o lamento. 
Os principais atingidos pela revolução sonora do rock n’roll foram os jovens, inicialmente nos Estados Unidos e depois no mundo todo. Nos primeiros anos da década de 1950, estes jovens se encontravam em meio a disputas entre o capitalismo e o comunismo (a guerra da Coréia em 1950) e a uma valorização do consumismo, da modernização, fruto do progresso científico gerado no pós-guerra.
Nessa época, a tradicional sociedade norte-americana passou a ser contestada pelos jovens, os quais foram rotulados de rebeldes sem causa. Os filmes de Hollywood representavam a alienação jovem; o personagem de James Dean, no filme Juventude Transviada (1955), representava o comportamento adotado pela juventude: recusar o mundo sem no entanto chegar a uma visão crítica da realidade, divididos entre amor/pacifismo e violência/autodestruição. 
No entanto, mais do que o cinema, a música se firmou como o canalizador das idéias contestatórias dos jovens, frente à insatisfação com o sistema cultural, educacional e político. E o rock n’roll era o ritmo que ditaria esse comportamento.
...a vibração negra, sua voz grave e rouca, sua sexualidade transparente e seu som pesado agora alimentado pela guitarra elétrica, tudo isso parecia bem mais atrativo a milhões de jovens, inicialmente americanos mas logo por todo o mundo, que pareciam procurar seu próprio estilo de vida.
O rock’n’roll, afinal, surgiu na América como um movimento da contracultura, visto que suas primeiras manifestações eram contrárias aos valores até então veiculados: “(...) figuravam convites à dança e ao amor (não necessariamente ao casamento), descrições de carros e de garotas, histórias de colégio e dramas da adolescência...”
Em 1954, Bill Haley and his Comets, com a música (We´re Gonna) Rock around the clock, levou os jovens a ingressarem nesse novo ritmo – que no início era apenas um modismo - a partir da expressão contida no título da música, ou seja, dançando sem parar (around the clock). Esta música, que lançou Bill Haley para o sucesso mundial, também fez parte do filme Blackboard Jungle (Sementes de Violência). 
A denominação deste novo gênero, que revolucionou a maneira de fazer e ouvir música a partir de 1950, veio de um disc-jockey norte-americano, Alan Freed, que se inspirou em um velho blues: My daddy he rocks me with a steady roll (Meu homem me embala com um balanço legal). Ele foi um personagem importante para os primeiros momentos do rock, já que passou a divulgar ‘festinhas de rock’n’roll após o programa de música clássica que mantinha em uma rádio em Ohio. Tudo começou quando foi convidado por um amigo a visitar uma loja de discos em que viu vários jovens dançando ao som de uma música que até então ele nunca havia parado para ouvir: o rhythm and blues. 
O rock é muito mais do que um tipo de música: ele se tornou uma maneira de ser, uma ótica da realidade, uma forma de comportamento. O rock ´é´ e ´se define´ pelo seu público. Que, por não ser uniforme, por variar individual e coletivamente, exige do rock a mesma polimorfia (...)Mais polimorfo ainda porque seu mercado básico, o jovem, é dominado pelo sentimento da busca que dificulta o alcance ao porto da definição ( e da estagnação...) 
Assim, o ritmo dançante da música de Bill Haley contagiou os jovens e também levou muitos outros artistas a seguirem seus passos. Ele adaptou o ritmo do swing (ritmo dançante) ao som das guitarras elétricas e transformou (We´re Gonna)Rock around the clock no hino oficial do rock’n’roll. Depois de Haley, outros artistas da década de 50, como Chuck Berry, Little Richard, Buddy Holly e Jerry Lee Lewis também marcaram presença na história do rock’n’roll. A música do ex-trombadinha negro, Chuck Berry, foi inclusive inspiração para outros artistas que apareceram no cenário do rock anos mais tarde. Johnny B. Goode, de autoria de Berry, é até hoje ouvida e tocada por muitos amantes do rock em geral.
Um dos artistas mais importantes dos primeiros anos do rock’n’roll foi Elvis Presley. Como explica Chacon (1985), “só um símbolo sexual, devidamente municiado pelos melhores autores e ‘cantando e suando como um negro’ poderia transformar aquele modismo numa verdadeira revolução”. A sensualidade presente na voz rouca e na sua maneira de dançar, que transformaram Elvis numa superestrela do rock, tornou-o um exemplo clássico da influência negra sobre a sociedade branca norte-americana – aspectos para os quais Chacon (1985) chama a atenção. Além disso, sua história também tem pontos em comum com a de outros artistas: vidas atribuladas, envolvimento com drogas, relacionamentos desfeitos e um triste fim. Estes foram também alguns dos ingredientes das vidas de Jerry Lee Lewis, que teve muitos problemas com bebida e se casou várias vezes ou de Buddy Holly, que morreu ainda jovem em um desastre de avião. 
O envolvimento com drogas e a vida atribulada dos artistas de rock ficaram marcados como algumas das características do gênero; a vida dos artistas citados acima demonstra que isso começou ainda nos primórdios do rock’n’roll.
...

11 de mai. de 2011

Divulgação da 2ªComufranbel Rock City

...aqui estão algumas fotos dos equipamentos da empresa que fará a sonorização da 2ªComufranbel Rock City







...já contamos c/ 5 videos p/ divulgação da 2ªComufranbel Rock City, portanto, a galera rocker que estiver disposta a nos ajudar na divulgação da maior festa em comemoração ao Dia Mundial do Rock e 7º niver da comunidade virtual, Francisco Beltrão, deve fazer uso destes videos via internet. Tenho a convicção, que quando unidos, somos invencíveis.

4 de mai. de 2011

Historia do Rock em Francisco Beltrão, anos 2000.


♦ Bleff - ♠ 2004 ♠ 2009 ♦








A Bleff surgiu no fim do ano 2004, com  força e vontade de inovar no cenário da música em Francisco Beltrão, e o que começou com uma reunião entre amigos a fim de tirar um som, passou a ser uma banda de grande feeling no rock, preocupada em produzir eventos destinados à música na cidade. Passando por alterações, chegando a ter até seis integrantes, a banda fixa sua formação após seus dois primeiros shows, onde  conheceram as dificuldades de tocar em eventos na cidade. Abriram o show da banda curitibana NOVANOISE - 06/09/05 em Beltrão, em seu repertório  trazia pop nacional de bandas como: Cpm 22, Charlie Brown Jr, Reação em Cadeia, Raimundos, passa a ser mais voltado ao rock internacional. Com Andrei Silva (Bolica) baixo, (Nego) Fabio Santos na bateria, Alísson Abel (Gadeia) guitarra e Fabiano Corrêa (Buiu) vocais a Bleff vem com uma forte influência do Grunge tocando bandas como: Alice in Chains, Nirvana, Stone Temple Pilots, Foo Fighters, Pearl Jam, Audioslave, Silverchair, Creed entre outras, mostrando um rápido crescimento e amadurecimento do seu som após fixar sua formação.Mas, o que realmente marcou em seus shows foi a pegada forte do New Metal em covers de System Of A Down, Papa Roach, Limp Bizkit, Rage Against The Machine, com muita atitude sempre buscando trazer fidelidade e qualidade no seu som contagiando e tocando para grandes públicos como na Festa Julina do 16º Esquadrão de Cavalaria Mecanizado - 08/07/06 em Francisco Beltrão/PR, onde passaram mais de cinco mil pessoas na noite do show.
  Entre os vários eventos feitos pela Bleff como o Festival de Bandas no Ginásio do Colégio Alliança - 06/10/2005, que além de abrir espaço para varias novas bandas mostrarem seu trabalho também ajudou na arrecadação de alimentos para entidades beneficentes. A banda seguiu promovendo festas, cervejadas, encontro de bandas e fazendo grandes parcerias dividindo palco com amigos como: McFlys, Tanásia, Sombra Sonora, banda Sem Domínio entre outras que também lutaram e passaram por dificuldades como eles passaram, tentando suprir a necessidade e a falta de espaços destinados para o rock na cidade. A Bleff também foi uma grande incentivadora do 1º Unioeste Rock Festival - 02/12/06, evento que acontece ate os dias atuais trazendo rock público de qualidade sem fins lucrativos.
  Entre as dificuldades deste período, uma delas foi a falta de lugar para ensaios, o que foi resolvido, quando montaram um pequeno estúdio numa parceria com banda Sombra Sonora, mais em 2008 por já existir outra banda com o mesmo nome, buscando uma maior identidade e por motivos de direitos autorais a banda muda seu nome e passa se chamar HEADSPACE. Com o novo nome, que não teve uma grande aceitação do público e continuando sendo conhecida como Bleff, a “HEADSPACE” faz seus três últimos shows com os parceiros das bandas Vitrolla a Gás e Radiophonics, e decide parar suas atividades por tempo indeterminado no início do ano de 2009, por decisão de todos, que hoje seguem com outros projetos tanto pessoais como no cenário da música.









INDELÉVEIS 2005/2009





No segundo semestre de 2005, Ader Indelével e Bozzano Rock, resolveram tocar juntos. Iniciaram  o projeto que se tornaria, logo mais, com a entrada de Andrei (Bolica) , Hélio Junior Ghizzi  e também Geferson Buzzello (Gefinho) , na banda Indeléveis. (...os ensaios aconteciam muitas vezes, na sala da minha casa ou no porão do Bozzano, geralmente, em dias da semana ou em algum sábado que estávamos pela cidade. Uma das coisas que me lembro bem, é que não tínhamos começo e nem fim para as músicas, tanto poderiam começar e acabar de um jeito, quanto de outro, e também não usávamos repertório. As músicas surgiam dependendo da energia da galera no ambiente).Relembra Ader. Sempre levando consigo o bom e atual Rock ‘n Roll beltronense, apresentaram-se em várias cidades do Paraná e Santa Catarina. A gravação de um ensaio, ficou de lembrança desta época. (...éramos harmonicamente sintonizados, poderíamos ouvir qualquer detalhe, que algum de nós acrescentasse, nas canções durante a execução destas).No diz Ader.


1 de mai. de 2011

Women in rock


   Que as mulheres lutam pelos direitos iguais desde o inicio, isto é inegável. Desde Hildegard Von Biger,  que viveu na idade média, que foi a 1º escritora, botânica e música que se têm registros, seguida por Gouges Marie Olympe que em 1793 escreveu a “Declaração dos direitos das mulheres”, começamos a discutir o nosso espaço entre os homens.
   Nestes últimos tempos ouvimos falar bastante sobre bandas de rock femininas, Tudo começou em 1961 com The Shirelles, a 1ºgirl group do mundo, Elas permanecem inesquecíveis durante quatro décadas e serviram de inspiração até para os Beatles, que regravaram “Baby It's You”.Logo após vieram varias bandas como  The Ronettes (inclusive o Joey Ramone, era apaixonado pelo som feito por elas e regravaram um hit das garotas chamado "Baby I Love You"). The Runnays , visto que, a banda ficou mais conhecida pelo seu filme recém estreado nos cinemas,  A idéia inicial de criar uma banda só de garotas foi de Joan Jett. Seus 1º sucesso foi "Cherry Bomb", e a banda saíram em turnê nos EUA, cujos shows costumavam ter ingressos esgotados. Elas também fizeram a abertura de shows de bandas já consagradas como Van Halen. A banda gravou seu 3º álbum de estúdio "Waiting For The Night" e começou uma turnê mundial com a banda punk Ramones. Depois do sucesso a banda acabou em 1979, mas deixou a mensagem principal de que mulheres podem fazer Rock Apartir dos anos 90 tomamos os espaços e então formou Bikini Kill foi uma banda estadunidense de punk rock,Formada em outubro de 1990. Pode-se dizer que o movimento Riot Grrrl surgiu graças às garotas do Bikini Kill, que são consideradas os maiores símbolos deste movimento. As letras incendiárias chamadas de "Revolution Girl Style Now", ajudaram a influenciar inúmeras bandas punk femininas a partir dos anos 90.  L7 (em inglês é uma gíria para "quadrado" ou antiquado), Suzi Gardner e Donita Sparks conheceram Jennifer Finch, que havia acabado de se mudar para Los Angeles formando assim a banda L7,Com letras que falam de estupro, abusos sexuais, direitos da mulher, sexualidade e homosexualidade. Hoje com varias bandas femininas formadas, destacam-se The Donnas, Sahara Hotnights, sem contar nos vocais femininos brasileiros como a nossa queria Rita Lee. Etc...

  Na 1º edição da Comufranbel podemos contar com uma banda feminina também e que fez sucesso entre os músicos de plantão, garotas de atitude e sensacionais, a vocalista da banda Armistice Camila nos contou como surgiu esta banda:





- Então, eu e a Leone a guitarrista já havíamos tido uma banda a uns 3 anos atrás aqui em Palmas a Nitro Genesis...eu fui a segunda vocalista da banda, ficamos muito amigas desde essa época tanto com ela e a as outras meninas. Ficamos um tempinho sem se falar, ela morando em Francisco Beltrão- PR e eu em Navegantes – SC a gente fazia musicas via internet, Eu mandava a letra e ela fazia a melodia etc. Voltei pra Palmas e a gente decidiu montar uma banda só de meninas, pois ela tinha uma banda ai que era Chelsea 88,onde a Cris que era baixista,só que faltava baterista, como eu conhecia alguns músicos dai tipo o Matheus da Macflys e o Ertal, conversei com eles e o Ertal falou que o Érico tava afim de tocar vocal feminino, eu entrei pra Cavalo Horse mas como os nossos estilos eram um pouco diferentes eu sai e o Érico que era pra ser nosso baterista acabou não sendo. Até que um dia a Leone achou  o telefone da Carlinha a gente ligou pra ela e ela aceitou na hora, final de semana seguinte começamos tirar as músicas que tinha vocal masculino, a principio tinha luxuria,bad religion,tequila e algumas coisas como a Carlinha não era baterista mesmo ela achou algumas musicas que ela não conseguiria tocar mudamos alguma coisa. Mas a nossa banda era tipo donnas,l7,pato fu, lillix, hole e algumas masculinas tequila,bad religion. Ensaiávamos nos fins de semana e um dia antes da Comufranbel, nos encontramos, foi nossa 1º apresentação em publico.